Controlos fronteiriços e protestos: A situação explosiva na fronteira germano-polaca!
Manifestações e controlos fronteiriços caracterizam a actual política de asilo da Alemanha, enquanto os países vizinhos reagem com preocupação.

Controlos fronteiriços e protestos: A situação explosiva na fronteira germano-polaca!
No sábado passado, teve lugar uma manifestação na ponte da cidade entre Görlitz e Zgorzelec, organizada pelo activista nacionalista Robert Bąkiewicz. O protesto foi dirigido contra a política de asilo da Alemanha e, em particular, contra a rejeição dos requerentes de asilo, ordenada pelo Ministro Federal do Interior, Alexander Dobrindt, em 7 de maio. Bąkiewicz exigiu que fosse mostrado aos alemães que a Polónia não se permitiria ser oprimida. Isto faz parte de um novo discurso político utilizado por grupos nacionalistas para agir contra o primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, e o seu candidato presidencial, Rafał Trzaskowski.
O número de requerentes de asilo que chegam à Alemanha através da Polónia diminuiu. A Polónia selou a sua fronteira com a Bielorrússia e suspendeu o direito de asilo. Neste contexto, o Parlamento polaco prorrogou a suspensão do direito de asilo por mais 60 dias. A polícia federal da Saxónia também confirma que há uma diminuição nas tentativas de entrada ilegal. A Polónia respondeu às primeiras rejeições alemãs de requerentes de asilo recusando a entrada de dois afegãos no país. Tusk disse que estava pronto para fechar a fronteira se as autoridades alemãs quisessem enviar os migrantes de volta. Isto é feito com referência ao Artigo 72 do Tratado da UE, que permite exceções às regras da UE para manter a segurança pública.
Reações aos controles de fronteira
O governo luxemburguês está indignado com os novos controlos fronteiriços, que estão a afectar significativamente o tráfego suburbano. Cerca de 50.000 pessoas viajam diariamente para o Luxemburgo, onde já foram instalados controlos fixos. Luxemburgo apresentou uma objeção à Comissão da UE contra os controles fronteiriços. Os presidentes de câmara da zona fronteiriça germano-francesa também expressaram a sua insatisfação com os efeitos dos controlos sobre o tráfego. As reclamações sobre atrasos nos comboios de alta velocidade entre Paris e Frankfurt, Estugarda e Saarbrücken estão a aumentar.
O Ministro do Interior francês propôs controlos conjuntos, mas não vê objecções legais à rejeição de requerentes de asilo. Na primeira semana após a ordem de Dobrindt, 739 pessoas foram rejeitadas na fronteira, incluindo 32 requerentes de asilo. O governo austríaco ainda não registou quaisquer pedidos de asilo adicionais em resultado dos controlos alemães e parece calmo. Também não houve transferências de retorno na Suíça. No entanto, o ministro da Justiça suíço expressou insatisfação com os anúncios alemães e está a planear conversações em Berlim.
A base jurídica das rejeições
A discussão sobre os controlos fronteiriços também tem implicações jurídicas. O Ministro do Interior, Dobrindt, permitiu a rejeição de requerentes de asilo e está a ser discutido se uma “emergência nacional” deveria ser declarada devido ao afluxo de migrantes. O chanceler Friedrich Merz foi falsamente acusado de declarar tal emergência, o que negou. No entanto, de acordo com o Regulamento de Dublin, os requerentes de asilo devem ser transferidos para o Estado responsável da UE através de um procedimento complicado.
O professor de Direito Daniel Thym recomenda não utilizar o termo “emergência” na discussão, mas sim tratá-lo como uma “exceção”. Ele ressalta que não é necessária declaração oficial do Chanceler para efetivar as rejeições. Também ficou claro nos debates políticos que os grupos vulneráveis, como as mulheres grávidas, as crianças e os doentes, deveriam estar isentos de rejeições.
Globalmente, a evolução actual mostra quão complexa é a política de asilo e migração na UE, especialmente no que diz respeito ao quadro jurídico e aos efeitos nos países vizinhos. A situação permanece tensa enquanto os controlos alemães continuam a ser manchetes.