Indústria musical em crise: artistas boicotam festivais por causa de ligações com Israel!
O impacto do conflito no Médio Oriente na indústria musical: artistas boicotam festivais enquanto a KKR é criticada.

Indústria musical em crise: artistas boicotam festivais por causa de ligações com Israel!
Os conflitos em curso no Médio Oriente estão a ter um impacto profundo na indústria musical, especialmente na Europa. Cada vez mais artistas estão cancelando apresentações em festivais apoiados por doadores afiliados a Israel. Isto é evidenciado por relatórios publicados no Amsterdam Dance Event. O festival DGTL, em particular, perdeu artistas desde que foi adquirido pela KKR, que está ligada a investimentos controversos. A diretora da DGTL, Ellen Evers, observa que o primeiro cancelamento foi recebido cerca de uma semana e meia antes do festival em abril.
Os motivos desses cancelamentos são variados. Artistas pró-palestinos retiram-se para proteger as suas convicções morais e, assim, mostrar o seu apoio à causa palestina. Isso não só leva à perda de artistas, mas também afeta a saúde mental da equipe por trás dos festivais, conforme relata Evers. Esta situação é agravada pelas críticas à KKR, que é vista como responsável pelos investimentos em empresas que operam na Cisjordânia e pelas suas ligações aos acontecimentos em Gaza.
Ativismo no mundo da música
Como mostra uma análise do Festival de Øya, a KKR está a ser criticada pela sua associação com colonatos israelitas e actividades em Gaza. Segundo o CEO do festival, os boicotes não mudarão a situação em Israel. No entanto, artistas e ativistas protestam contra o envolvimento da companhia durante o festival e fornecem uma plataforma para mensagens pró-Palestinas.
Um exemplo é a banda irlandesa Kneecap, que dirigiu palavras claras contra a KKR e o governo norueguês durante a sua actuação em 8 de Agosto de 2025. A sua actuação incluiu uma mensagem abordando mais de 80.000 mortes de civis em Gaza em 21 meses, que foi recebida com ampla aprovação do público. A KKR, que opera mais de 80 festivais de música em todo o mundo, está na mira dos movimentos de boicote.
Esses protestos não se limitam apenas aos festivais. No final de novembro, aconteceu em Berlim a inauguração de uma exposição da fotógrafa Nan Goldin, onde os protestos anti-Israel abafaram o discurso do diretor da Galeria Nacional. O próprio Goldin apelou ao apoio das “vozes dos palestinianos”, dando assim mais impulso à discussão sobre a ligação entre arte e ativismo em tempos de crise, como também foi discutido no simpósio “Arte e Ativismo em Tempos de Polarização”.
Os desafios dos festivais
Neste contexto, vários festivais holandeses mostram-se insatisfeitos com a mudança de propriedade para a KKR. Evers, da DGTL, destaca que, apesar da pressão que sofrem, a aquisição não afetou diretamente as operações diárias, mas aumentou significativamente a carga emocional da equipa. A Superstruct Entertainment, considerada propriedade virtual da KKR, sempre enfatiza sua independência, mas opera sob a pressão constante da situação política e social.
O governo irlandês respondeu compensando os artistas que não puderam comparecer ao festival SXSW devido a tais boicotes. Isto representa mais um passo no sentido de mitigar o impacto dos conflitos sobre os artistas. A comunidade artística continua a enfrentar grandes desafios dada a crescente resposta global aos conflitos no Médio Oriente e às tensões sociais associadas.
No geral, é evidente quão estreitas são as ligações entre cultura, economia e conflitos geopolíticos. Os debates sobre boicotes, integridade artística e responsabilidade social não são apenas temas dentro da cena musical, mas também parte de um discurso mais amplo sobre a nossa responsabilidade social em tempos de crise.
Para mais informações sobre a evolução da situação no Médio Oriente e a sua influência na arte e na música, pode ler os artigos de Notícias holandesas, Telégrafo P e folhas ser consultado.